Quais são os riscos, vantagens e desvantagens da reposição hormonal?

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A definição clássica de hormônio é uma substância produzida em um determinado tecido, de onde é liberada na corrente sanguínea até as células de respostas, onde o hormônio exerce seu efeito específico. 

A terapia de reposição hormonal é um tratamento eficaz para aliviar os sintomas habituais que acompanham a menopausa como,  

Os hormônios sexuais femininos são, principalmente, estrogênios e progesteronas, que são responsáveis pelo desenvolvimento e comportamento sexual e muitas outras funções reprodutivas e não reprodutivas.  

A Organização Mundial da Saúde define a menopausa (ou perimenopausa) como uma fase fisiológica da vida, não um processo patológico, que inclui a transição entre os períodos reprodutivos e não reprodutivos de uma mulher, um período de distúrbios menstruais e queixas vasomotoras antes da menopausa. Esta fase é caracterizada pela menopausa, que corresponde à última menstruação, seguida de 12 meses de amenorreia, ou seja, cessação permanente da menstruação. 

A idade média de início em todo o mundo é de aproximadamente 50 anos, com variação de 43 a 57 anos. O período anterior, quando a menstruação já é irregular, é definido como pré-menopausa, e o período seguinte, quando predominam as manifestações regressivas, é definido como pós-menopausa.   

A menopausa é causada por uma diminuição na secreção dos hormônios ovarianos estrogênio e progesterona, devido à perda da função ovariana.    

Cerca de 20% das mulheres que entram na menopausa são assintomáticas, mas a maioria apresenta sintomas desagradáveis devido à diminuição dos níveis de estrogênio.  

75 % das mulheres na menopausa relatam ondas de calor, sendo que 80 % apresentam ondas de calor que duram mais de um ano, caracterizadas por vermelhidão repentina do rosto, pescoço e peito, acompanhadas por uma intensa sensação de calor corporal que termina em sudorese.   

Os sintomas genitais causados pelo hipoestrogenismo incluem prurido vulvar, secura vaginal e dispareunia, e os sintomas urinários variam de disúria e frequência a infecção e incontinência, que levam principalmente atrofia vaginal, que faz com que as membranas mucosas fiquem finas e secas, ou o epitélio vaginal pode ficar inflamado, o que aumenta os problemas de micção.  

A prevalência de sintomas de atrofia vulvovaginal em aproximadamente 4% em grupos de mulheres na pré-menopausa, em comparação com 47% em mulheres na pós-menopausa.  

A diminuição dos estrogênios também promove acúmulo de gordura abdominal central, o que pode desencadear complicações metabólicas, incluindo dislipidemia. Quanto à idade, a menopausa também pode acelerar o aumento da pressão arterial, o que aumenta o risco cardiovascular.  

O maior debate sobre o uso da terapia de reposição hormonal é por causa do risco de doenças cardiovasculares. Estudos observacionais demonstraram efeitos benéficos, em contraste com ensaios clínicos como o WHI (Women’s Health Initiative), que relatou um risco aumentado de eventos secundários de doença coronariana e, mais recentemente, em comparação com seus eventos primários, levando a mudanças na indicação para este tratamento que limita seu uso.  

Do ponto de vista da saúde pública, a motivação mais importante para o uso generalizado da terapia de reposição hormonal foi reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares em mulheres com mais de 50 anos, portanto tal indicação não existe mais.  

Os benefícios têm sido associados ao uso prolongado, iniciado dentro do período que denominamos de “janela de oportunidade terapêutica”, que corresponde aos primeiros 5 anos de menopausa. Nesse período a TRH pode ser feita com altas doses de estrogênio isolado ou em combinação com progesterona.  

A terapia de reposição hormonal tem sido recomendada como principal profilaxia da osteoporose pós-menopausa, sendo recomendada iniciar imediatamente após o início da menstruação para evitar a perda óssea.  

Após a interrupção do uso contínuo de TRH demonstraram efeito protetor da massa óssea por até cinco anos. 

 A terapia hormonal reduz o risco de fraturas em até 50% em cinco anos. Os marcadores ósseos mostram uma diminuição na reabsorção de 25% ao ano.  

Estudos de meta-análise mostraram: 

Resumindo, para responder à questão norteadora, os benefícios da TRH dentro de 5 anos do último sangramento: 

Por outro lado, as desvantagens desta terapia são: 

Assim, o papel do médico nesse contexto é acolher, cuidar e orientar as pacientes na menopausa. 

O médico também deve determinar o melhor tratamento, através de uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios da TRH. 

Lembrando que as diretrizes e consensos médicos podem evoluir ao longo do tempo, por isso é importante manter-se informado sobre as últimas recomendações. 


Dra. Georgia é pós-graduada em ginecologia endócrina.
A Ginecologia Endócrina é a especialidade médica que estuda a ação dos hormônios e glândulas do corpo feminino, desde a puberdade até a menopausa passando por aspectos gestacionais, alterações no ciclo menstrual e doenças relacionadas à ação hormonal. 

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